Não tive inspiração para escrever ainda, portanto vou colocar um poema que me agrada muito: O Livro e a América de Castro Alves. O poema trata que apenas o livro pode salvar a América, apenas a educação pode transformar um país. Assim fez a Alemanha e o Japão, após o fracasso na SGM, investiram o que lhe restou em educação e hoje os alemães representam a terceira economia mundial e o Japão, a segunda. Por quê o Brasil é diferente? Ora amigos... A educação sempre ficou em segundo plano para governo brasileiro ao longo da história. O povo, continuando burro, aceitará a "Bolsa esmola" (um plano bom para países como a China, que vive uma situação diferente da nossa), conta com o "velho coronel" presente até hoje, entre outras coisas. Caso ele estivesse educado, avaliaria a situação e lutaria pelos seus direitos! Imagine a confusão...
Talhado para as grandezas, P'ra crescer, criar, subir, O Novo Mundo nos músculos Sente a seiva do porvir. - Estatuário de colossos - Cansado doutros esboços Disse um dia Jeová: "Vai, Colombo, abre a cortina "Da minha eterna oficina... " Tira a América de lá". Molhado inda do dilúvio, Qual Tritão descomunal, O continente desperta No concerto universal. Dos oceanos em tropa Um - traz-lhe as artes da Europa, Outro - as bagas de Ceilão... E os Andes putrificados, Como braços levantados, Lhe apontam para a amplidão. Olhando em torno então brada: "Tudo marcha!... O grande Deus! As cataratas - p'ra terra, As estrelas - para os céus Lá, do pólo sobre as plagas, O seu rebanho de vagas Vai o mar apascentar... Eu quero marchar com os ventos, Com os mundos... co'os firmamentos!!! E Deus responde - "Marchar!" "Marchar!... Mas como?... Da Grécia Nos dóricos Partenons A mil deuses levantando Mil marmóreos Panteons?... Marchar cota espada de Roma - Leoa de raiva coma De presa enorme no chão, Saciando o ódio profundo... - Com as garras nas mãos do mundo, - Com os dentes no coração?... "Marchar!... Mas como a Alemanha Na tirania feudal, Levantando uma montanha Em cada uma catedral? ... Não!... Nem templos feitos de ossos, Nem gládios a cavar fossos São degraus do progredir... Lá brada César morrendo: "No pugilato tremendo "Quem sempre vence é o porvir!' Filhos do séc'lo das luzes! Filhos da Grande nação! Quando ante Deus vos mostrardes, Tereis um livro na mão: O livro - esse audaz guerreiro Que conquista o mundo inteiro Sem nunca ter Waterloo... Eólo de pensamentos, Que abrira a gruta dos ventos Donde a Igualdade voou!... Por uma fatalidade Dessas que descem de além, O séc'lo, que viu Colombo, Viu Guttenberg também. Quando no tosco estaleiro Da Alemanha o velho obreiro A ave da imprensa gerou... O Genovês salta os mares... Busca um ninho entre os palmares E a pátria da imprensa achou... Por isso na impaciência Desta sede de saber, Como as aves do deserto - As almas buscam beber... Oh! Bendito o que semeia Livros... livros à mão cheia... E manda o povo pensar! O livro caindo n'alma É germe - que faz a palma, É chuva - que faz o mar. Vós, que o templo das idéias Largo - abris às multidões, P'ra o batismo luminoso Das grandes revoluções, Agora que o trem de ferro Acorda o tigre no cerro E espanta os caboclos nus, Fazei desse "rei dos ventos" - Ginete dos pensamentos, - Arauto da grande luz!... Bravo! a quem salva o futuro Fecundando a multidão!... Num poema amortalhada Nunca morre uma nação. Como Goethe moribundo Brada "Luz!" o Novo Mundo Num brado de Briaréu... Luz! pois, no vale e na serra... Que, se a luz rola na terra, Deus colhe gênios no céu!...
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